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Rafael Kahn: o paredão do Marinheiro
Com 13 gols sofridos em 18 jogos, o Marcílio Dias terminou a primeira fase do Campeonato Catarinense da Série B com a defesa menos vazada. Um dos responsáveis por esta marca atende pelo nome de Rafael Augusto Leite Fachin, ou Rafael Kahn, como é mais conhecido o dono da camisa 1 do Marinheiro na atual temporada.
“Não é mérito apenas do goleiro ou apenas da defesa em si. Os atacantes e meio-campistas também ajudam a marcar. É reflexo do trabalho de todo o grupo. Nossa equipe evoluiu muito ao longo do campeonato”, afirma Kahn, que prevê dois jogos equilibrados contra o Concórdia nas semifinais, mas avisa: “Nosso time está preparado”.
E foi justamente diante do Concórdia que Rafael viveu seu melhor momento no Gigantão das Avenidas, ao defender um pênalti nos minutos finais e garantir a vitória do Marinheiro por 2 a 1. “Rodrigo Couto me disse ‘fica no meio’. O batedor do Concórdia ficou olhando para mim dando risada, aquilo me deixou p... Felizmente consegui fazer a defesa”.
O goleiro de 21 anos é o atleta marcilista que mais atuou no ano: 17 jogos. Ficou fora apenas da última partida, quando o técnico Renê Marques decidiu poupá-lo para dar uma oportunidade ao reserva Mateus Claus. “Fiquei feliz pelo Mateus, é um grande goleiro e meu amigo, mas estou mantendo uma regularidade”, comenta Kahn sobre a “briga” pela posição. O grupo também conta com a revelação João Toniazzo, de apenas 17 anos. Todos trabalham com o experiente preparador de goleiros Leandro Leal, responsável direto pelo sucesso dos arqueiros marcilistas no Campeonato Catarinense da Série B.
Início da carreira
Nas peladas no bairro Pinheirinho, em Curitiba, onde nasceu, Rafael jogava como zagueiro, mas passou a atuar embaixo das traves assim que começou a levar o futebol mais a sério. “Em 2007, com 11 anos, passei no teste da Rodolatina e o treinador disse que, pelo meu porte físico, eu tinha perfil de goleiro. Dali em diante sempre fui goleiro”, explica.
Foi nessa época que Rafael ganhou o apelido que o acompanha até hoje, devido à semelhança física com o alemão Oliver Kahn. “Me espelho muito nele, vejo vídeos da época em que ele jogava”. Entre os brasileiros, Rafael se inspira em Cássio, do Corinthians, e Wilson, com quem trabalhou no Coritiba. “Aprendi muito treinando com ele. É um dos melhores do Brasil”.
Da Rodolatina, Rafael foi para o Trieste, tradicional clube amador da capital paranaense, onde ficou quatro anos até ingressar no Coritiba, em 2011. “O César Bueno (atual técnico do time sub-20 do Grêmio) era meu treinador no Trieste e quando foi para o Coritiba levou seis garotos, entre eles eu”, recorda.
Na base do Coxa, Rafael conquistou títulos internacionais como o Torneio Gradisca (sub-17), na Itália, em 2013, e a Dallas Cup (sub-19), nos Estados Unidos, em 2015 – um dos torneios mais prestigiados da categoria no mundo. “Fui eleito o melhor goleiro da Dallas Cup. Jogamos contra times como Valencia e Everton. Na final, vencemos o Monterrey do México e fui muito bem naquele jogo. Este título me marcou muito”.
Marcílio Dias
Em 2016, Rafael subiu para o profissional do Coritiba, mas era o quarto goleiro e não teve oportunidade de atuar. “Fazia mais de um ano que eu não jogava, só treinava, e quando apareceu o convite do Marcílio Dias, topei na hora. O Tonho Gil e o Emerson Buck foram ver um jogo-treino em que eu participei no Coritiba, no mesmo dia acertamos e estou aqui”.
A estreia no futebol profissional se deu no dia 2 de julho de 2017, na goleada do Marinheiro sobre o Jaraguá por 4 a 0, no estádio Camilo Mussi. Kahn está emprestado pelo Coritiba até o final da competição e seu vínculo com o clube do Alto da Glória se encerra no final do ano. “Me sinto em casa no Marcílio, estou muito feliz aqui”, declara o paredão marcilista.
Fonte: Diretoria de Memória e Cultura