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Carta de Repúdio: Categorias de Base
O Clube Náutico Marcílio Dias vem, através desta, manifestar o seu total repúdio aos eventos ocorridos relacionados ao Campeonato Catarinense da Série B das Categorias sub 15 (infantil) e sub 17 (juvenil), que em sua primeira rodada registrou partidas vencidas por WO.
O sub 15 do Marcílio Dias venceu o Jaraguá por WO, pois o time adversário não registrou seus atletas. Já o Sub 17 foi obrigado a jogar nesta segunda-feira, mas o mesmo Jaraguá colocou em campo apenas sete atletas, sendo que um deles saiu de campo no início de partida, e com um número abaixo do mínimo exigido, o jogo foi encerrado, com 11 minutos do primeiro tempo.
O Marcílio Dias não mediu esforços para que as categorias de base do clube tivessem o máximo de estrutura possível, mesmo com as dificuldades financeiras. Investiu desde dezembro de 2016 na criação de seus times infantil e juvenil, que não existiam. Criou peneiras e oportunidades para os garotos da cidade e região. Colocou sua Supervisão e Gerência de futebol profissional para cuidar desse processo. Contratou uma comissão técnica de qualidade. Oferece academia, acompanhamento físico, departamento médico, transporte e alimentação nos dias de jogos.
Tudo isso, para enfrentar as situações ocorridas nesse começo de Campeonato. O Clube gastou R$ 1.500 por categoria para se inscrever na competição, mais R$ 30 por atleta. Gastou com transporte até a cidade de São João Batista - onde inclusive devemos observar que não é a cidade sede do mandante - e alimentação, uniforme padronizado e de acordo com as mesmas linhas do fornecedor de material esportivo oficial do time profissional, para não haver jogo por falta de atletas do adversário.
Sabemos que o mais importante nas categorias de base não são os placares dos jogos e o número de pontos das tabelas. São consequências. O mais importante é dar a estrutura necessária para o desenvolvimento destes atletas, colocá-los em campo, e mais à frente, caso venham a se profissionalizar, colher os frutos. Porém, não é desta maneira que o futebol catarinense irá revelar jogadores, enquanto houver esse descaso total com as categorias de base.
Os mesmos clubes que na primeira rodada não inscreveram seus atletas para o sub 15 e sub 17 – e não foi somente nosso adversário - foram clubes que votaram para que o Campeonato Catarinense da Série B Profissional tenha a limitação de idade de 23 anos (com abertura de cinco atletas acima deste patamar por partida). Qual a coerência em se querer valorizar os atletas da base para jogar sub 23 em uma competição profissional, e não conseguir colocar em campo seus jogadores sub 15 e sub 17?
O Marcílio Dias se posiciona totalmente contra esse limite de idade de 23 anos para a equipe profissional, da mesma forma que repudia atitudes como as enfrentadas, de equipes que entram nos campeonatos de base sem a mínima estrutura possível e prejudicam aqueles que querem trabalhar e investem tempo e recursos financeiros para isso.
Acima de tudo, se está tratando dos sonhos de adolescentes, muitos deles em situação de risco, muitos com poucas condições financeiras, muitos com problemas familiares e estruturais. Não se pode ser leviano nessas situações. Exigimos o total acompanhamento da Federação Catarinense de Futebol para estes casos, e que atitudes sejam tomadas para que se evite passar por esse tipo de situação novamente, tanto para os clubes, quanto para os jovens atletas.
Lucas Brunet
Presidente C.N.Marcílio Dias
Fonte: Ass. Comunicação