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Dia da Consciência Negra: A gratidão do C.N. Marcílio Dias ao povo negro
No dia de hoje, 20 de novembro, é celebrado o Dia da Consciência Negra. Não poderia o Clube Náutico Marcílio Dias deixar de se manifestar em tão importante data, haja vista a forte e histórica identificação desta agremiação com a comunidade negra de Itajaí e região. A começar pelo nome, tomado do imperial marinheiro que tornou-se herói nacional na Batalha Naval do Riachuelo, em 1865, ao sacrificar sua vida em defesa da Pátria: o jovem negro Marcílio Dias, exemplo de determinação e coragem da Marinha do Brasil.
Ao longo da quase centenária existência do C. N. Marcílio Dias, a comunidade negra teve e tem fundamental participação na trajetória do clube, seja através de atletas ou membros da comissão técnica que muito contribuíram paras as glórias desportivas, seja através de abnegados diretores, seja através de apaixonados torcedores. Entre estes não podemos deixar de citar aquele que foi considerado o torcedor número um do Marinheiro: o saudoso Valdir Flormino Rafael, mais conhecido como Nego Dico, que durante vários anos teve presença marcante na arquibancada descoberta, o “esquenta galho”, dando mais alegria ao Estádio Dr. Hercílio Luz seja nas vitórias como nas derrotas.
Dentro de campo, são inúmeros os atletas negros que lutaram com denodo pelas cores rubro anil. Entre os primeiros que se destacaram, podemos citar Bibi, Maneca e Waldemar, que formaram a linha média do Marcílio Dias vice-campeão catarinense de 1930. Também são negros Idésio Moreira, o maior artilheiro da história do clube com mais de 150 gols, e Carlos Alberto Nascimento, o Carlinhos do Parque, jogador que mais vezes defendeu o manto rubro anil em mais de 500 jogos.
O C. N. Marcílio Dias aproveita este 20 de novembro para manifestar sua gratidão ao povo negro, ressaltando a frase que certa vez escreveu o jornalista negro José Tolentino da Silva (in memorian), apaixonado marcilista e diretor do Marinheiro na década de 1950: “Tudo que fizermos pelo Marcílio é pouco comparado ao que ainda poderemos fazer”.
Curiosamente, a ideia de celebrar o 20 de novembro como Dia da Consciência Negra surgiu, em 1971, nas dependências do Clube Náutico Marcílio Dias, não o de Itajaí, mas uma agremiação homônima fundada em 1949 em Porto Alegre pela comunidade negra da capital gaúcha. A data remete à morte de Zumbi dos Palmares, líder do quilombo que resistiu por 95 anos na Serra da Barriga, em Alagoas.
Fernando Alécio
Diretor de Memória e Cultura
Clube Náutico Marcílio Dias
Fonte: Direção de Memória e Cultura